setembro 18, 2013

Sem escrever

Caceta, já tem dois anos que eu não passo por aqui!? É isso mesmo?

Por um bom tempo, esse blog foi uma coisa importante pra mim, um espaço pra ideias, registros, anotações e até mesmo confissões. "Um diário aberto ao público" era como eu o classificava. Sempre gostei de compartilhar minhas ideias, por mais bobas e fúteis que fossem. Pra mim, coisas fúteis IMPORTAM - e se você já esteve por aqui, sabe que isso é notícia velha.

O fato é que eu estive longe. Um misto de não ter vontade de escrever, saco, assunto interessante, pensamento lógico, tempo. . . Aí eu comecei a sair de final de semana como eu não fazia há anos. E não digo só de noite não, pras baladas perdidas por aí. Mas pra casa de amigos, sítios, churrascos, almoços, cinemas, passeios, bares. . . Nunca fui de ficar em casa, e de uns anos pra cá, menos. E quando eu estou em casa, eu durmo. Ou assisto filmes. Ou fico no videogame.

Assim, escrever foi deixando de ser uma opção de lazer, e sim uma opção restrita ao trabalho. Sou jornalista. Eu escrevo algo todo dia. Coisas boas e coisas ruins, coisas interessantes e coisas idiotas. E no fim das coisas, é simplesmente algo que eu nem penso mais em fazer quando chego em casa. Não chego a ficar longe do computador - só do editor de textos.

E, no entanto, estou errado. Ou melhor, isso me parece errado. Eu sinto como se fosse errado. Não quero isso. Preciso lembrar que escrever é, antes de ser ganha pão, minha paixão. Sempre foi, sempre será. Mesmo eu escrevendo as vezes coisas ruins e idiotas. E mesmo eu ficando com preguiça de escrever, as vezes. E mesmo que esses as vezes seja por dois anos, e não duas semanas.

Pensando melhor, escrever não é minha paixão. Paixão é fogo. Quando apaga, é pra sempre. Aquele fogo se foi, e o máximo que dá pra fazer é acender outro. Pode ser parecido, mas nunca queima igual. Até porque cada nova fogueira que a gente acende vem sempre em cima das cinzas dos fogos outrora existentes. Camadas e camadas de fuligem se assomando embaixo da chama nova. Pode ajudar nessa nova combustão, como pode sufocar o calor, e a gente nunca sabe o quando e o quê.

Pra mim, escrever é amor. Amor daqueles que você não precisa ver sempre pra sentir. Que sempre é presente, mesmo que você não perceba. Que entra na rotina e você não se imagina sem - ou se imagina, é sempre como tragédia, da mesma maneira que nos imaginamos cegos, ou sem pernas ou sem outro dos amores da vida. Amor daqueles raros, que eu vou conseguir desfrutar tanto velho quanto novo, tanto como causa ou razão de animação, depressão e preocupação. Tanto como trabalho quanto lazer. As vezes gostoso e outras vezes uma obrigação modorrenta. Um sofrimento sublime.

O que vale é que eu tava sentindo falta do meu amor. Voltemos a escrever, e nós ver mais, então.

2 comentários:

Rosy disse...

sublime são seus textos.

Rosy disse...

sublimes*