setembro 19, 2011

Dream On

Às vezes eu penso que sou velho. Faço 29 anos dia 5 de outubro. Quase trintão.

Penso nas coisas que conquistei - nas POUCAS coisas. Penso nas coisas que eu perdi, que ultimamente vivem a rondar minha mente. Parecem MUITAS. O balanço da conta não soma positivo, e inevitavelmente uma melancolia se instala.

E eu conheço poucas formas de afastar isso. Me jogar em baladas, saídas com os amigos, amores vazios, não parar em casa, bolar projetos, ocupar a mente. Mas como ocupar uma mente já cheia? Como um copo cheio de café, você precisa primeiro jogar tudo fora pra encher de água. Ou beber de um só gole - mas o gosto é amargo.

Beber de golinhos não adianta, porque - convenhamos - isso só faz demorar mais para que você mate a sua sede. E mesmo que o nível vá invariavelmente baixando, certas horas você simplesmente tá com o saco cheio de engolir - ainda mais - coisas goela abaixo.

O que fazer então?

Não sei. Acho que nunca saberei. Se eu tivesse a capacidade, eu tomaria todo o café de uma só vez. Faria uma cara feia. Talvez até ficasse remoendo o amargo na boca por um tempo. Mas acho que passaria logo, e decerto eu conseguiria encher o copo de novo mais rápido.

Aí eu penso nisso e estranhamente me sinto jovem. Eu tenho tempo. Afinal, eu SÓ tenho 28 anos, certo? Faço 29 anos dia 5 de outubro. Quase trintão! Eu posso sair, me jogar em baladas, saídas com os amigos, amores vazios, não parar em casa, bolar projetos, ocupar a mente. Sempre que quiser. Renovar tudo. Eu posso pegar todas as frustrações, amassá-las em uma bola densa dentro do peito, e expulsar isso de dentro de mim com um grito alto e longo. Usar o fogo de alguma paixão pra queimar tudo de uma vez. Não preciso tomar o resto do café de uma só golada, ou mesmo de pouco em pouco - posso jogar tudo no ralo. Ou na cara de alguém! Faria uma cara feia. Talvez até ficasse remoendo a imagem por um tempo. Mas passaria.

Dizem que você tem que beber o amargo pra saber como é o doce. Dizem até que o doce fica mais doce depois do amargo. Depois da engolida forçada do azedo, que desce queimando a garganta e se instala no seu estômago como um tijolo.

Eu já experimentei o doce mais doce que apareceu até agora na minha vida. E foi bom. Bom não, foi ÓTIMO. Mas também já experimentei o amargo mais amargo até hoje. Nos meus quase trinta anos, conheci ambos os sabores.

Acho que posso dizer com segurança que eu prefiro o doce. Eu não tenho vocação pra ser melancólico. O trágico pode ser belo, mas eu não me encaixo nisso. Quero - como a maioria de nós - ser feliz. E alegre, e belo, e continuar sonhando. Mesmo enquanto eu estiver vivendo um sonho.

Penso nessas horas que isso é o mais importante. Sonhar mesmo que o sonho esteja acontecendo. Ou morrendo.

Quero mais. Sempre mais. Quero tudo.

E quero agora.


...



Every time that I look in the mirror
All these lines in my face gettin' clearer
The past is gone
It went by like dusk to dawn
Isn't that the way?
Everybody's got their dues in life to pay

I know, nobody knows
Where it comes and where it goes
I know it's everybody's sin
You got to lose to know how to win

Half my life's in books' written pages
Lived and learned from fools and from sages
You know it's true
All the things you do
Come back to you

Sing with me
Sing for the year
Sing for the laughter n' sing for the tear
Sing with me
If it's just for today
Maybe tomorrow the good lord will take you away

Dream on
Dream until your dream comes true

Dream on
And dream until your dream comes true

Dream on

Sing with me
Sing for the year
Sing for the laughter n' sing for the tear
Sing with me
If it's just for today
Maybe tomorrow the good lord will take you away

4 comentários:

Anônimo disse...

Um texto por semana...está começando a voltar ao padrão...well come back, Brô

Danuse disse...

Sensacional!!! me encontrei em alguns paragráfos.....isso é muito louco, pessoas totalmente diferentes, com realidades tão parecidas.
Parabéns!

Anônimo disse...

O que me preocupa não é o grito dos maus. É sim o silêncio dos bons...

"A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perde-se também a felicidade". (Carlos Drummond de Andrade ou Guilherme Gonçalves do Carmo)

Pri disse...

"Se chorei ou se sorri, o importante é que emoções vivi..." Viva bem, como bem e ame muito!! Isso que vale!! Beijos Pri