The Expendables
(No dia 10 de agosto, terça-feira passada, participei de uma cabine de imprensa do filme "Os Mercenários", de Sylvester Stallone, que estreou hoje. Aqui vai a minha resenha do mesmo... é longa, por que eu me empolguei!)
Após assistir ao "Os Mercenários", gostando ou não do filme, ao menos você não poderá chamar o ator-escritor-diretor Sylvester Stallone de mentiroso.
Todo o marketing do filme, pôsteres e trailers eram sincronizados na mesma premissa: Os Mercenários é um filme de ação que reúne um time de estrelas do gênero. E é isso mesmo. Os escorregões já previsíveis ficam na área das atuações e do roteiro, que foram postos de lado para privilegiar o foco nas balas e explosões.
A trama do filme é simples ao extremo: um bando de mercenários de elite é contratado para eliminar o General Garza, um ditador da ilha fictícia de Vilena. Ao chegarem ao local para o reconhecimento, logo percebem que seria loucura tentar alguma ação contra o general em sua terra nativa, recheada de soldados, e fogem em meio ao tiroteio. Mas dada a captura da personagem da brasileira Gisele Itié, Sandra, não resta opção ao mau, mas honrado Barney Ross, (Stallone) senão voltar para salvá-la e completar o serviço - já que ao salvar uma vida, ao invés de tirá-la como de costume, talvez Barney salve um pouquinho que sobrou da sua alma. Aí, da-lhe o grupo dos "descartáveis" fazer jus às nossas expectativas: Dolph Lundgren como Gunnar Jensen, Mickey Rourke como Tool, o "descartável" aposentado, figura mentor de Barney, Jason Statham como Lee Christmas, Jet Li como Ying Yang, Terry Crews como Hale Cesar, e Randy Couture como Toll Road. Além disso, entram os vilões: Eric Roberts como James Monroe, Gary Daniels (campeão de kickboxing), como The Brit e Steve Austin como Paine.
Ou seja, vemos que Sylvester Stallone, famoso pelos nomes ruins em filmes (Joe Tanto em Alta Velocidade, Kit Latura em Daylight, e tenente Marion Cobretti em Cobra, só pra ficar em três) aqui está a todo vapor!
Felizmente (ou não), é praticamente impossível falar do longa sem citar Stallone. Sendo o ator principal, roteirista e diretor, quaisquer falhas e méritos do filme repousam em suas costas. Já é sabido a algum tempo que ele tem problemas em escrever diálogos críveis, e "Os Mercenários" não é exceção. Tem algumas frases de efeito e referências que ele julga interessante, mas as frases servem apenas para explicitar para o espectador o que acontece - o que até parece feito de propósito, com a ideia de deixar quem assiste relaxar e aproveitar a diversão descerebrada. A direção de atores também atua no automático, com alguns lampejos de genialidade de alguns dos coadjuvantes de luxo, como Dolph Lundgren e Mickey Rourke. A tão falada cena em que a trinca dos sonhos se junta - Bruce Willis como Mr. Church, Arnold Schwarzenegger como Trench e Barney - é uma prova disso: ela emoldura Os Mercenários. Ela ganha o status de cult por juntar os três atores com a maior carga de testosterona do planeta, que atuam como amigos que estão se divertindo. Esse é todo o clima do filme.
Mas isso não é ruim: os méritos de Stallone são muitos. Primeiro, pela explícita e escarrada homenagem ao cinema de ação dos anos 80, onde o maniqueísmo era presente e os clichês estavam lá para tornar as coisas mais simples - o vilão, lógico, era o ditador de algum país, junto de alguém que era mau com criancinhas e/ou com mulheres. A gente sentia ódio dos caras, e lá vinha o heroi, cheio de músculos e balas para nos lavar a alma com sangue - e essa vitória moral aparece em todo filme.
Outro ponto positivo é a mão de Stallone nas cenas de ação. Desde Rambo IV ele tinha mostrado que aprendera muito bem a arte da violência, e isso aqui é notório: todas as cenas, sejam de lutas, tiroteio ou explosões, são muito bem feitas, carregadas de emoção e adrenalina. Há também o embate dos sonhos: Randy "The Natural" Couture, duas vezes campeão do Ultimate Fighting Championship, enfrenta "Stone Cold" Steve Austin, membro do Hall da Fama da World Wrestling Entertainment (WWE), NUM ANEL DE FOGO!
Ainda tem outras sacadas como quando ele nos coloca na visão dos mercenários, em primeira pessoa no primeiro tiroteio, ou com a câmera de ponta cabeça quando Barney atira assim do chão, ou mostrando como os herois enxergam em visão infravermelha num combate escuro. Ele usa zooms bruscos, e aumenta algumas explosões digitalmente, tal qual o sangue de algumas cenas - um resultado usado com pouco menos estilo que em Zatoichi, mas igualmente bonito. Mas fica por aí; essa não é a ideia dele.
Enfim, se você é do tipo de gosta desses filmes de macho, recomendo assistir. Fez até crescer cabelo no meu peito. E ainda termina com a música "The boys are back in town", o que torna todo esse saudosismo ainda mais latente. O jeito é esperar pelo Os Mercenários 2.
Após assistir ao "Os Mercenários", gostando ou não do filme, ao menos você não poderá chamar o ator-escritor-diretor Sylvester Stallone de mentiroso.
Todo o marketing do filme, pôsteres e trailers eram sincronizados na mesma premissa: Os Mercenários é um filme de ação que reúne um time de estrelas do gênero. E é isso mesmo. Os escorregões já previsíveis ficam na área das atuações e do roteiro, que foram postos de lado para privilegiar o foco nas balas e explosões.
A trama do filme é simples ao extremo: um bando de mercenários de elite é contratado para eliminar o General Garza, um ditador da ilha fictícia de Vilena. Ao chegarem ao local para o reconhecimento, logo percebem que seria loucura tentar alguma ação contra o general em sua terra nativa, recheada de soldados, e fogem em meio ao tiroteio. Mas dada a captura da personagem da brasileira Gisele Itié, Sandra, não resta opção ao mau, mas honrado Barney Ross, (Stallone) senão voltar para salvá-la e completar o serviço - já que ao salvar uma vida, ao invés de tirá-la como de costume, talvez Barney salve um pouquinho que sobrou da sua alma. Aí, da-lhe o grupo dos "descartáveis" fazer jus às nossas expectativas: Dolph Lundgren como Gunnar Jensen, Mickey Rourke como Tool, o "descartável" aposentado, figura mentor de Barney, Jason Statham como Lee Christmas, Jet Li como Ying Yang, Terry Crews como Hale Cesar, e Randy Couture como Toll Road. Além disso, entram os vilões: Eric Roberts como James Monroe, Gary Daniels (campeão de kickboxing), como The Brit e Steve Austin como Paine.
Ou seja, vemos que Sylvester Stallone, famoso pelos nomes ruins em filmes (Joe Tanto em Alta Velocidade, Kit Latura em Daylight, e tenente Marion Cobretti em Cobra, só pra ficar em três) aqui está a todo vapor!
Felizmente (ou não), é praticamente impossível falar do longa sem citar Stallone. Sendo o ator principal, roteirista e diretor, quaisquer falhas e méritos do filme repousam em suas costas. Já é sabido a algum tempo que ele tem problemas em escrever diálogos críveis, e "Os Mercenários" não é exceção. Tem algumas frases de efeito e referências que ele julga interessante, mas as frases servem apenas para explicitar para o espectador o que acontece - o que até parece feito de propósito, com a ideia de deixar quem assiste relaxar e aproveitar a diversão descerebrada. A direção de atores também atua no automático, com alguns lampejos de genialidade de alguns dos coadjuvantes de luxo, como Dolph Lundgren e Mickey Rourke. A tão falada cena em que a trinca dos sonhos se junta - Bruce Willis como Mr. Church, Arnold Schwarzenegger como Trench e Barney - é uma prova disso: ela emoldura Os Mercenários. Ela ganha o status de cult por juntar os três atores com a maior carga de testosterona do planeta, que atuam como amigos que estão se divertindo. Esse é todo o clima do filme.
Mas isso não é ruim: os méritos de Stallone são muitos. Primeiro, pela explícita e escarrada homenagem ao cinema de ação dos anos 80, onde o maniqueísmo era presente e os clichês estavam lá para tornar as coisas mais simples - o vilão, lógico, era o ditador de algum país, junto de alguém que era mau com criancinhas e/ou com mulheres. A gente sentia ódio dos caras, e lá vinha o heroi, cheio de músculos e balas para nos lavar a alma com sangue - e essa vitória moral aparece em todo filme.
Outro ponto positivo é a mão de Stallone nas cenas de ação. Desde Rambo IV ele tinha mostrado que aprendera muito bem a arte da violência, e isso aqui é notório: todas as cenas, sejam de lutas, tiroteio ou explosões, são muito bem feitas, carregadas de emoção e adrenalina. Há também o embate dos sonhos: Randy "The Natural" Couture, duas vezes campeão do Ultimate Fighting Championship, enfrenta "Stone Cold" Steve Austin, membro do Hall da Fama da World Wrestling Entertainment (WWE), NUM ANEL DE FOGO!
Ainda tem outras sacadas como quando ele nos coloca na visão dos mercenários, em primeira pessoa no primeiro tiroteio, ou com a câmera de ponta cabeça quando Barney atira assim do chão, ou mostrando como os herois enxergam em visão infravermelha num combate escuro. Ele usa zooms bruscos, e aumenta algumas explosões digitalmente, tal qual o sangue de algumas cenas - um resultado usado com pouco menos estilo que em Zatoichi, mas igualmente bonito. Mas fica por aí; essa não é a ideia dele.
Enfim, se você é do tipo de gosta desses filmes de macho, recomendo assistir. Fez até crescer cabelo no meu peito. E ainda termina com a música "The boys are back in town", o que torna todo esse saudosismo ainda mais latente. O jeito é esperar pelo Os Mercenários 2.
Um comentário:
Este filme é um "state of art" da brucutuzada dos anos 80. Merece o selo MACHETE de qualidade. Boa opção da safra "neotrash". Assistirei, com certeza!
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