maio 15, 2008

Eu jogo RPG

Hoje o post é de uma coisa que eu gosto muito, e é provavelmente o meu hobby favorito: RPG.

E o que é RPG?
Diferentemente daquele RPG de fisioterapia, a sigla do jogo está para Role Playing Game - que podemos traduzir para jogo de interpretação de papéis. E também diferentemente de outros, a parte da interpretação do RPG entra na medida em que os jogadores assumem os papeis de personagens e colaboram para criar narrativas. E todo mundo sabe que contar história é tão velho quanto a agricultura, e da mesma forma intrínseco à nós humanos.

O progresso de uma partida só depende daqueles que a jogam. Uma vez que o RPG é como um roteiro em criação, ele pode ser tão longo ou tão curto quanto os limites abstratos da imaginação. Normalmente há um sistema de regras bem definido, dentro do qual os jogadores podem improvisar livremente. E esse improviso das escolhas dos jogadores determina a direção da história. Em todo jogo há um mestre - como daquele jogo "siga o mestre", lembra? O mestre andava num pé só e todo mundo tinha que seguir, pulava e você tinha que pular, e assim em diante - que é uma denominação meio genérica e varia com o sistema que você usa. É dele a função de ser o juiz, e a força motriz atrás do roteiro em criação. Se eu pretendo ser o mestre de um jogo, é minha a função de criar o inicio da história, os personagens permitidos (ninguém vai querer interpretar um gladiador romano se a história é no universo de Star Wars, certo?). É também essa denominação de Mestre que faz aqueles que não conhecem o jogo achar as suas raízes estranhas - e já dizem que essa coisa de seguir mestres é coisa do capeta. Balela das grandes.

É só lembrar do desenho Caverna do Dragão, ok? Ele tem esse nome porque é baseado num RPG, o Dungeons and Dragons (então ao invés de traduzirem como "calabouços e dragões" virou a tal caverna), e o Dungeon Master (a denominação do mestre nesse sistema) era o "Mestre dos Magos". Lembra que era dele o papel de guiar aqueles meninos que foram transportados para um mundo de fantasia, cheio de desafios, monstros e aventuras? Então nada a ver com cultos ou coisa assim, seu leitor fanático não-esclarecido. Um mestre de RPG é apenas como o diretor de um filme que discute o que quer com os roteiristas, ou como o banco do Banco Imobiliário - que cuida da grana - , e como o crupiê de uma mesa de 21, que fiscaliza as cartas.

E essa é uma analogia boa para explicar o jogo - um teatro colaborativo. Digamos que eu sou o mestre do jogo, e quero contar uma história de fantasia, bem no estilo do filme Senhor dos Anéis. Eu chamo meus amigos, e falo para eles criarem personagens desse tipo; então um pode jogar com um hobbit, e outro com um mago parecido com o Gandalf, por exemplo. Eu digo o que eles encontram e enfrentam no jogo, e eles me dizem como seus personagens reagem. E a história vai se desenrolando conforme os três interagem. Desse jeito, não há perdedor e não há vencedor - há apenas três caras se divertindo, contando uma boa história, do jeitinho que nossos antepassados faziam lá antes ainda da agricultura.

E as tais regras e sistemas bem definidos existem para dar um senso de equivalência, e resolver pendências; assim é evitado aquela disputa que todo moleque tinha no jogo de "policia e ladrão" ou de "cowboys e indios" - ficar no eterno "- Matei você! - Não não acertou! - Acertei primeiro! - Não, eu acertei antes!". As regras aí estão pra decidir coisas como essas. E essa é a parte Game no RPG. Normalmente você cria seu personagem baseado numa certa pontuação ou niveis, e decide tudo jogando dados, como em qualquer jogo de tabuleiro. Aquele hobbit que você criou é bom na espada? É corajoso, mas lento? Existem regras para diferenciá-lo do mago do seu amigo que lança fogo com as mãos e corre melhor do que você. E essas regras ajudam na interpretação, uma vez que se ambos decidem apostar uma corrida, o resultado é guiado por essas regras e dados rolados, ao invés de só pela imaginação.

O RPG é bem difundido pelo mundo. O jogo online mais jogado do planeta, o World of Warcraft, é um RPG eletrônico. Aqui no Brasil, o alto custo dos livros, aliado a uma certa preconceito de "jogo do capeta" (pela interpretação errônea do termo que eu disse acima) faz com que o jogo não seja tão difundido como era de esperar que fosse, visto que depois que se compra o tal livro, o custo é zero, a diversão é saudável, e o estímulo à imaginação é ótimo - em suma, um passatempo que vale a pena. Existem até projetos de usar o RPG nas escolas, uma vez que ele estimula não só a imaginação, mas a busca à cultura, e as informações para um jogo mais completo. Eu mesmo aprendi história e inglês, quase que totalmente pelo interesse de usar isso no jogo, e ler livros importados (os filmes legendados ficaram com a outra metade do que eu sei).

Enfim, isso é só uma parte do que é RPG.
Eu jogo desde os 9 anos. E você?

3 comentários:

das Brauns a mais inquieta disse...

vamos jogar, meu nerdmaissexydomundo?

das Brauns a mais inquieta disse...

reconheça o pronome acima: MEU.

















repetindo: MEU.

das Brauns a mais inquieta disse...

ficou tão legal esse post, sabia?

vc definiu, decorreu sobre o tema, mostrou curiosidades sobre o mesmo e fechou a idéia levando o leitor a buscar mais informações a respeito...
=D

mó bacana, xu!